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sábado, 1 de dezembro de 2012

Foto

O Fim do Mundo na Rua dos Guajajaras




Eu quero um aquário
Do tipo comunitário
Com muitas pedras coloridas
E peixinhos dourados
Onde eu possa ver a vida
Imersa na água
E saber que o mundo
Quando for alagado
Pela ira de um Deus
(Este ser mal humorado)
Não há de acabar
Não, Senhor,

O mundo há de virar
Um imenso aquário
Como este da vitrine
Na Rua dos Guajajaras.

Quanto custa, meu filho,
Este belíssimo aquário?
E me diz o rapaz
Sem nenhum cuidado:
Quarenta e cinco mil reais
À vista ou no crediário.

E lá se foram meus planos
De pensar que o mundo
E os homens – estes seres solitários
Viriam a ser um dia
Um imenso cardume
De peixinhos dourados.



sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Poeminha para os novos Tempos


Amo um não sei quem
Com um amor
Que não sei o que é
E eu que nem sei ser eu
Vou aprendendo
A ser alguém
Que é outro qualquer
Enquanto o amor
Seja lá o que for
Vai deixando de ser uma coisa
Entre homem e mulher




Deus e o Preto



Deus bateu na porta:
_ Quem é? Perguntou o preto.
_ Deus.
_ Não te conheço.
_ Mas fui eu que te fiz.
_ Pois fez mal feito.
_ Quer que eu te refaça?
_ Já me refiz por mim mesmo.
_ Mas de que jeito?
_Do jeito que deu.
_ E ficou satisfeito?
_ Não lhe interessa.
_ Perguntei por perguntar.
_ E me criou por criar.
_Também fiz assim com o branco.
_ Mas ele não reclama?!
_ Nunca vou saber.
_ Não vai saber por quê?
_ Ele não fala comigo.
_ E por qual motivo?
_ Também não sabe que existo.
_ Pois então vá se apresentar.
_ Eu tenho medo.
_ Mas você não é Deus?
_ Sou. Mas eu sou preto.






De quantos somos feitos


Ela tinha tantos
Eus
Dentro de mim
Que para cometer
Suicídio
Formou um
Grupo de autoextermínio

O Espantalho


Eu nasci para ser triste
Inteiramente

Mas a vida me rasgou
Por dentro

E veio a alegria e me encheu
De remendos

E fez de mim um pobre
Espantalho

De braços abertos
Sorrindo sozinho

Tudo que consigo
É espantar os passarinhos

Os lugares que somos


Longe é lugar
Que mãe inventa
Pra não levar o menino
Ali mesmo,
Porque está cansada,
Sem vontade,
Ou sem dinheiro.
E depois o menino
Fica cansado,
Sem dinheiro,
Ou sem vontade
De ir ali mesmo,
Aonde podia ter ido,
Se o lugar não fosse tão longe.

Luzeiro




Eu faço o inverso
De quem morre

Abro os meus olhos
No último instante
Apenas

E levo comigo
As cenas
Da vida que vejo adiante

O Universo Spam de Si

(redes antissociais)


Quanto mais o universo
Expande-se
Menos minha mão
Te alcança
No infinito
Mínimo
Que nos protege
Do contato máximo
Com o próximo


Mas, que coisa!

Mas, que coisa!
Não há palavra que defina
Coisa que não exista,
Até que seja dita.
Pois assim que se diz
(Qualquer coisa que se quis)
Ainda que não se diga
Coisa com coisa,
Uma coisa qualquer
Passa a ser tida
Como coisa existida.
E eis a coisa toda:
Criar com palavras
Todas as coisas!









Teoricamente


Regime político
Em que cada indivíduo
É um general.

Em geral,
Eis a democracia!

Adeus, Minas Gerais


Quando um mineiro
Sai de Minas Gerais
Em cada igreja soa um sino
Em cada estação um trem apita
Em cada homem se anuncia
Que ali vai mais um menino
Deixando a mãe para trás.

Versinho para um amor que morreu

A maior solidão,
ainda não se sabe bem,
se é quando alguém nos esquece
ou se quando esquecemos alguém.


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Barriga Vazia


Poema tem vontade de comer
Mas não come

Toca prova
Mastiga rumina
Mas não engole
Cospe

Poema gosta é de morrer de fome




Poema para uma Menina Estranha


O que é que houve, meu amor,
Perdeste as chaves da concha?

Trancada em si mesma
Passas à vida alheia

Será que viraste pérola?
Ou será que morreste areia?



terça-feira, 13 de novembro de 2012

P da Vida



O que o pato pensa? –
Pensava a pena!
Será que valho a pena? –
Pensava o pato!
Quem não pensa pena –
Pensava a pedra!
E quem pensa?
Paga o pato
E fim de papo!

T.F



domingo, 4 de novembro de 2012

Boa noite




Por favor
A qualquer coisa que eu diga
Nesta noite
Responda apenas
Boa noite
E vá dormir depois

Tudo em mim conspira
Contra o amor.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Canção do Eu



Passarei a vida sonhando com um          
                                              eu
Que não se desmanche
Que não deslanche
Que não passe disso
Que sou apenas
eu

Este                  eu         
distante de tudo que sonhei
Quando não era            eu
que sonhava por mim

Assim que eu descobrir que
eu
sou apenas                      eu
Seguirei seguindo este       eu
que não conheço
E por quem não tenho
Apreço ou desapreço

Sendo apenas
              eu
Este
                                 eu
que desconheço
Saberá quem fui
E virá de encontro a mim
A fim de destruir aquilo que
                                            eu
seria
E fazer de mim apenas o que sou
Possível, indizível, intranquilo

E seja como for
Serei apenas isso



quinta-feira, 19 de julho de 2012

De quantos somos feitos


Ela tinha tantos
Eus
Dentro de mim
Que para cometer
Suicídio
Formou um
Grupo de autoextermínio



quarta-feira, 18 de julho de 2012

Poema Tristinho


A melancolia é uma tristeza fininha
Que chove o dia inteiro

E quando chega à noitinha
Parece que vai ter lua

Mas a nuvem volta
Cheia de chuva

E a melancolia parece
Que não passa nunca





A árvore e o lenhador


Abraçado a uma árvore
Certo dia
Eu quis ter sua grandeza

A força da raiz, o cheiro
As flores, a semente
A beleza, as folhas

E a comunhão de almas
Que leva consigo
Da terra ao infinito

Mas a árvore, triste que estava,
Pediu que eu lhe cortasse
Galha por galha

Cortei-a, Deus sabe,
Como se cortasse
Minha própria veia.



terça-feira, 17 de julho de 2012

O homem que vê


Para Rilke
Era preciso toda uma vida
Para um verso acontecer

Mas toda a experiência,
Toda a existência,
Às vezes acontece
Num piscar de olhos

E só o poeta
Sofre desses olhos
Que de tão vagarosos
Puderam ver



Desígnios



Eu nasci aos vinte e nove
Contra minha vontade
Quando cheguei
Já era tarde
E partirei logo
Antes que os dobre
                Para o meu enterro
                Chegarei bem cedo
A Deus, se quiser,
Que me atrase!




Meu lugar


Eu morava numa cidade pequena
E estranha, onde havia quatro entradas
E apenas três saídas
Sendo que numa destas
Ficava o cemitério

Minha casa era a mais alta
Do lugar de casas baixas e pessoas
Tão poucas, que eu as contava
Pelos nomes e me sentia um Deus
Perante os seus despautérios

Tal como Ele, eu ria delas, no formigueiro
De cima pra baixo de baixo pra cima
O dia inteiro em busca de alimento
E outras coisas frívolas

Depois passou o tempo e vim-me embora
E nunca mais voltei ao meu altar
De onde eu me veria agora
Pelos olhos de outro Deus a me olhar
Que também eu me tornei uma formiga



Vigília


Fico na cama
Ele no chão
Há cobras
Sob o catre
Não posso descer
Ele não sobe
De repente
Lá fora
O portão
Eu me encolho
Sobre as cobras
E ele late
Vigiando a solidão




Lunáticos


Fincaram na lua
Uma bandeira
Depois puseram
Roletas
E não admira
Que da lua
Mirem os olhos
Dos poetas
As escopetas
Lunáticas

Que não me acertam
Eu sei, de tão longe
Mas na guerra
O que nos mata
Não são as armas
São os homens


segunda-feira, 16 de julho de 2012

O achado


Eu lhes deixo isso, meus filhos,
O nada

Guardei-o num lugar sagrado, não
Que o seja, mas para que assim
O vejam, porque irá salvá-los
Dos homens e dele mesmo,
Perigo maior que enfrentarão

Terão que procurá-lo, nas ruas
Da cidade, nos olhares, nos porões
De suas almas, nas noites em claro
E onde mais lhes parecer em vão.

Finalmente, quando o encontrarem,
Levem-no em suas carteiras,
Mais do que o dinheiro
E no peito,
Mais do que as paixões

Pois eu lhes garanto com isso,
Não que me serão gratos,
Por tamanha desilusão,
Mas ter-lhes deixado tudo
Que sua mãe trouxe a este mundo
E que ao outro leva, junto aos dois,
No coração.


Silêncio


A noite é cheia de gemidos
               
Alguns gemem de dor
Outros, sabe-se lá, Senhor,
Por que gemem tão aflitos

Talvez seja Sua mão
Descendo sobre suas cabeças

Mas a maioria geme sem motivo

São os loucos, os loucos
Gemendo em silêncio
Violentos grunhidos





O Menino Homem


Lá do alto dos Céus,
Deus dá um grito em Maria,
Corre, Maria,
Vem ver como esse menino cresce.

Com as crianças brincando,
Ele ri como um anjo,
Mas entre os homens em guerra,
Luta, como um lobo feroz.

E Deus se diverte no infinito
Vendo as peripécias do filho

Enquanto isso, Maria reza
Um Pai Nosso  por nós.

domingo, 15 de julho de 2012

O que vou ser?



Quando eu crescer
Eu quero não ser

E seguirem não sendo
Até quase morrer

E já quase morrendo
Eu serei finalmente

E perguntará um parente - quem era?
_ Não sabemos. Morreu de repente.






A Alvorada Idealista



Brasileiro detesta segunda-feira!

Acordar cedo, bem humorado, dar um tapa

no relógio e sair pro trabalho –

Povo preguiçoso! Bocejam

Na direita; e

Viram para a esquerda,

Onde não se diz nada,

Apenas se espreguiça.



sábado, 14 de julho de 2012

A Galinha



A galinha é um bicho que Deus fez
Bem ao seu jeito –
Cheia de defeitos
                Papo enorme
                Juízo mínimo
                Asas que não voam
                E o pior de todos:
O coração menor
Do que o ovo







A Galinha




A galinha é um bicho que Deus fez
Bem ao seu jeito –
Cheia de defeito
                Papo enorme
                Juízo mínimo
                Asas que não voam
                E o pior de todos:
O coração menor
Do que o ovo

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Os lugares que somos



Longe é lugar
Que mãe inventa
Pra não levar o menino
Ali mesmo,
Porque está cansada,
Sem vontade,
Ou sem dinheiro.
E depois o menino
Fica cansado,
Sem dinheiro,
Ou sem vontade
De ir ali mesmo,
Aonde podia ter ido,
Se o lugar não fosse tão longe.

Mas, que coisa!


Não há palavra que defina
Coisa que não exista,
Até que seja dita.
Pois assim que se diz
Qualquer coisa que se quis,
Ainda que não se diga
Coisa com coisa,
Uma coisa qualquer
Passa a ser tida
Como coisa existida.
E eis a coisa toda:
Criar com palavras
Todas as coisas!

A uma moça mal falada



Deitou-se ao meu lado na cama –
O sexo, o cheiro, a pele,
Tudo a meu dispor.
Mas eu me virei pro canto
E disse à dama-da-noite:
_ Dorme o teu sono, flor, que amanhã
Já terás murchado! Meu jovem anjo,
Por que fugiste do dicionário?

terça-feira, 10 de julho de 2012

Minhas queridas velhinhas

Eu moro numa rua antiga,
De antigas casas
E antigas velhinhas,
Que varrem suas calçadas
Todos os dias,
Antes que o sol esquente
E antes que passe o lixo.

E eu,
Que acabei de me mudar
E ainda não tenho idade
Para os hábitos da minha rua,
Deixo aos cuidados do vento
A limpeza da minha calçada.

Mas já vi que quando passo,
Enquanto elas varrem
A frente de suas casas,
Minhas queridas velhinhas
Mostram suas dentaduras.

Bem sabem elas que não sei
Que os caprichos do tempo
Trarão de volta à minha porta
As folhas que não juntei.

domingo, 8 de julho de 2012

Alheio


Do mundo eu não sei
Não posso dizer
Porque passei e não vi
Porque estive fora
Esse tempo todo
Em que meu corpo
Se passava por mim

Alheio


Do mundo eu não sei

Não posso dizer
Porque passei e não vi
Porque estive fora
Esse tempo todo
Em que meu corpo
Se passava por mim

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Gatunos

Quando um poema te visitar
Num sonho,
Eis o melhor a ser feito:
Acorda satisfeito!
       Desiste de anotá-lo.
Os poemas dos sonhos
São gatos no telhado.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Ruindades



façamos o que pudermos
os grandes versos
deixemos aos outros
nós, que nascemos
sem anjo,
vamos de demônio
em demônio,
só pra infernizar

Preceito


Escrever um poema
É moleza
Coloque um teorema
E pronto
O resto
É leveza.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Os loucos





O poeta é invisívelSe viu alguém que digaJá ter visto um poetaViu-o no hospícioPois é um louco de pedra



domingo, 24 de junho de 2012

Luzeiro



Eu faço o inverso
De quem morre
Abro os meus olhos
No último instante
Apenas
E levo comigo
As cenas
Da vida que vejo adiante




Tallu Fernandes

Giz


                             (Para Kassio Vinícius Castro Gomes)
Para enfiarmos
Uma faca
No Kassio
Basta um giz
Uma sala
E um quadro.

Tallu Fernandes

O pior inimigo



Enfrentam a vida
(Invólucro
Numa pílula
Mágica)
Que não lhes mostra
O rosto
E nem lhes vira
A cara




Tallu Fernandes

190


Se na escuridão da rua
      Aparece um homem
Acionam a polícia
      E não os impressiona
Que uma multidão escura
      Desapareça da rua


Tallu Fernandes


terça-feira, 19 de junho de 2012


Viver é muito custoso
Eu queria ter nascido velho
Melhor que ter morrido novo

terça-feira, 12 de junho de 2012

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Pensamento Breve





Poetar é apenas
ver o mundo desarmado
sem ser desalmado.



As estações
são as memórias do tempo
escritas em versos.



Hoje apenas é
o novo despertar
do ontem adormecido.



Ao cair no outono
a folha não sabe
o quanto morre com ela.



Em cada humana emoção
se justifica, inteira,
a divina criação.



Deus é só ator.
Somos personagens
que Ele, eterno, representa.



Quem doa um afeto
supera quem o recebe;
mais ainda quem o rejeita.


Alaor Chaves

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Desprender-se



              uma pena
                                                 solta 


                                                                             de uma asa


                   é mais livre


                                                                     que um pássaro


solto
                                                                                                no espaço




Tallu Fernandes

terça-feira, 15 de maio de 2012

Onde está meu filho?


Um filho é um presente
Que Deus manda
E que dura para sempre
Eternamente
Porque um filho não morre
Um filho se esconde
Num lugar tão esquisito
Que a mamãe procura
Procura, procura
Do chão até o teto
E nunca mais encontra
Enquanto ele ri escondido
No seu esconderijo secreto

Tallu Fernandes

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Mãos, Pensativas, nos bolsos




Me parece, ou melhor, é inconteste
que me fui análogo, mas nunca exato.
Andei pelo mundo como se fora a vida
enquanto a vida esteve confusa
na busca do meu personagem.
Nunca cheguei aos pés dos meus sonhos,
ou melhor, da criança que iniciou meu caminho.
Não cheguei a decidir entre ser grande,
como Pessoa, ou Pascal,
ou apenas real,
como, parece, esteve ao alcance das minhas mãos.
As mãos pensativas, mantive-as nos bolsos,
e ao afinal libertá-las já nada alcançam.

Parece que não levantei no melhor do meu
humor,
ou melhor, definitivamente tenho estado mal.
O que no fundo não é mal, pois me evita conviver
com essa esperança que me ilude como um
vendedor de ungüentos.


Alaor Chaves



quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ameaça suicida

Toda a minha alma transborda
Já não me suporto dentro de mim
Preciso explodir
Incendiar
Provocar um desastre

Dois passarinhos pousam nos fios
Acima de meus olhos
E penso que o perigo
É sempre mínimo
Para os que estão soltos
Do espírito


Ah, mas se eu pousasse sobre os fios...

Tallu Fernandes

domingo, 8 de abril de 2012

A hora


Morte
Sombra amiga em que deitarei minha alma

E dirão os que ficam
Por que partir tão cedo?

Morte, bem sabes,
Para os que partem
A hora é sempre tarde


Tallu Fernandes

sábado, 31 de março de 2012

NADA NUNCA MAIS


A lua que vejo, antes não vi,
e vista nunca mais será,
embora
mil vezes a vira Hiparco.
O agora agoniza no mar do passado,
o alvor da aurora já é rubro no ocaso.
Este verão, espremido
pela ardente primavera
e o cansado e velho outono,
espreita o próximo mas já é saudade.
Embora
a infindável repetição ilusória,
na clepsidra, a água dissolve o Egito
em cada gota.
No delicado vento, lá se vai em pó
a orgulhosa pirâmide.

Alaor Chaves

segunda-feira, 26 de março de 2012

Ato-fato


Da primeira vez que me vi,
De tão impressionado,
É claro, não me lembro disso,
Mas o fato me deixou
Com tamanho medo
Que assim que me mudei
De mim
Mandei tirar todos
Os espelhos

Tallu Fernandes

domingo, 25 de março de 2012

PERPLEXIDADE



Em que mundo vasto me puseram?
De que fundas sombras ergueu-se o aparato
de que sou parte e consciência perplexa?
Que sorte de equívoco é esse impossível universo
que sonho – ou no qual sou sonhado?
Acorde eu ou quem me sonha!
Venha urgente, oh morte!

Alaor Chaves 

Campanha


Climas inconstantes
Fazem surgir crises
Alérgicas
E de outras origens
Crises
Histéricas
A todo instante
Acometem os corações
Amiúde
A sociedade médica
Alerta
Respirar e
Amar
Pode ser prejudicial
À saúde


Tallu Fernandes