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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Medidas Extremas




 
 
Agora pedem
Que eu encontre
O meio termo
 
Que busque o equilíbrio
Esta corda bamba
Que me derruba
 
E quanto mais eu
Meço
Mais eu me perco
 
Não sei chegar ao meio
Sem alcançar
Os extremos
 
 

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Desapego



De tudo que me lembro
Eu me esqueço
O que não tenho
Não desejo

Desta vida
Mal dita
Não falo nada
Que continue
Mal falada
Bem feito

Que se daqui
Nada levo
Também não deixo

E apenas
Eu me guardo
Como uma roupa
Que visto
        (às vezes
             pelo avesso)
Só pelo hábito
Não pelo preço.

Tallu Fernandes

Tantos anos

De tanto vejo
Para mim
Que só vi


O que veria
Aos trinta
Anos


E não me culpo


Se em mais de três
Vezes dez
Enganos


Meu destino
Ainda
Se cumpra


Embora talvez
Em outro
Plano.


Tallu Fernandes


site desta imagem: olhaquemaneiro.blogspot.com

terça-feira, 21 de junho de 2011

O problema dos egoístas



A missão mais difícil do mundo
É dar aos outros um pouco
Do que não sobrou pra si mesmo

É um esforço tão grande
Que a empreitada termina
Antes de findo o começo

Algo assim em tanto nos consome
Que é como partilhar o pão
Sem que se divida a fome


Tallu Fernandes

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O previsível feminino





Em quinze de junho
De dois mil e onze
Um eclipse lunar

Mera coincidência
Sei lá
Mas é tão estranho

Isso parece tanto
Comigo
Aos trinta anos





E tal como a lua
Meu disfarce
É tão óbvio

Que espiarão
Novamente
Em telescópios

Minha troca
De face
Aos trinta e cinco.

Tallu Fernandes