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terça-feira, 10 de julho de 2012

Minhas queridas velhinhas

Eu moro numa rua antiga,
De antigas casas
E antigas velhinhas,
Que varrem suas calçadas
Todos os dias,
Antes que o sol esquente
E antes que passe o lixo.

E eu,
Que acabei de me mudar
E ainda não tenho idade
Para os hábitos da minha rua,
Deixo aos cuidados do vento
A limpeza da minha calçada.

Mas já vi que quando passo,
Enquanto elas varrem
A frente de suas casas,
Minhas queridas velhinhas
Mostram suas dentaduras.

Bem sabem elas que não sei
Que os caprichos do tempo
Trarão de volta à minha porta
As folhas que não juntei.