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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Perdão

De todas as as atitudes cristãs, 
Perdoar é a mais difícil,
Porém imprescindível

Os que menos merecem
São os que mais necessitam

Amigos,
Perdoemos uns aos outros
Por termos perdoado tão pouco.

Dom Quixote

Infeliz o homem
Cujo coração já não difere
O justo do injusto,
E por isso queda
Perante os abusos

Se meus olhos foram vendados,
Ainda assim
Percorro o mundo,
Inseguro como um cego
Tateando no escuro
À procura do caminho

Embora a balança seja quebrada,
Ainda assim a justiça
Deve ser medida

Eu a ponho em minhas mãos
E a meço,
Assumindo o risco
De estar errado,
Mas não me omito

E se quebram minha espada,
Eu não me lamento,
Recolho os cacos e resisto,
Jamais eu me entrego
Jamais eu me rendo

E ainda que meus olhos sejam arrancados,
Eu não me darei por vencido,
E aprenderei a lutar
Erguendo a bengala.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Pelo pouco amor

O que não me contas
Eu não quero saber

O que não me mostras
Eu não quero ver

O que não me dás
Eu não quero ter

E pelas migalhas
Muito obrigada!

Sei que tu me destes
Tudo de bom que tinhas

Eu agradeço e te louvo
Apesar de tão pouco

Especialmente,  querida,
Por esta lição de vida

És prudente em não dar a mim
O que não possuis sequer para ti

sexta-feira, 1 de maio de 2015

A Fera

Quem realmente somos
É alguém que a nós nunca se apresenta
Francamente

Vai permeando as vistas
De uma viscosidade sangrenta

A cada passo que a muito custo damos,
Recua
E se disfarça

Mas volta e nos apunhala
Covardemente

Penetra nas sombras da noite
Como um demônio
E some

Quando voltará a arrancar a nossa carne
Até a alma
Ninguém sabe

Quem realmente somos
É este anjo que nos sangra a face
E esta fera que nos lambe
O sangue
Piedosamente