Páginas

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Mãos, Pensativas, nos bolsos




Me parece, ou melhor, é inconteste
que me fui análogo, mas nunca exato.
Andei pelo mundo como se fora a vida
enquanto a vida esteve confusa
na busca do meu personagem.
Nunca cheguei aos pés dos meus sonhos,
ou melhor, da criança que iniciou meu caminho.
Não cheguei a decidir entre ser grande,
como Pessoa, ou Pascal,
ou apenas real,
como, parece, esteve ao alcance das minhas mãos.
As mãos pensativas, mantive-as nos bolsos,
e ao afinal libertá-las já nada alcançam.

Parece que não levantei no melhor do meu
humor,
ou melhor, definitivamente tenho estado mal.
O que no fundo não é mal, pois me evita conviver
com essa esperança que me ilude como um
vendedor de ungüentos.


Alaor Chaves