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terça-feira, 17 de julho de 2012

Meu lugar


Eu morava numa cidade pequena
E estranha, onde havia quatro entradas
E apenas três saídas
Sendo que numa destas
Ficava o cemitério

Minha casa era a mais alta
Do lugar de casas baixas e pessoas
Tão poucas, que eu as contava
Pelos nomes e me sentia um Deus
Perante os seus despautérios

Tal como Ele, eu ria delas, no formigueiro
De cima pra baixo de baixo pra cima
O dia inteiro em busca de alimento
E outras coisas frívolas

Depois passou o tempo e vim-me embora
E nunca mais voltei ao meu altar
De onde eu me veria agora
Pelos olhos de outro Deus a me olhar
Que também eu me tornei uma formiga