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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Ser amigo



Perdoar a impotência e o desespero
De um homem que se perde,
À procura de si mesmo

E deixar que a água fresca do amor
Controle o fogo de nosso espírito,
Sempre tão combativo

Abrir mão do combate
E render-se ao lado de quem, exausto,
Já se entregou. E resignar-se.

Não se tornar mais um desvio
Para um rio que segue para o mar,
Num caminho torto e cansativo

Suportar o cansaço, insigne,
E se nada mais puder ser feito,
Fazer-se de travesseiro

Estar sempre disponível,
E se for preciso, humildemente,
Fazer-se ausente

Sempre ao lado, nem sempre firme,
Ser amigo
É ser a margem que ladeia o rio.