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sábado, 14 de fevereiro de 2015

Por que Eu Não Voei de Asa Delta

Quando ela chega na velhice,
Bem lá no fim da caminhada,
Ficamos tristes
Mas vá lá!
Já era de se esperar.

Mas quando ela vem sorrateira
E atropela um homem no meio da estrada,
Dá uma vontade danada de perder as estribeiras.

Culpa do hábito de acreditar que, dia após dia,
O amanhã se repetirá sem se esquecer de nós.

E vamos caminhando distraídos,
Até que se perde de repente um amigo...

"Bendita seja a morte
Por ter sido gentil conosco!"
Pensamos covardemente.

Claro! Jamais confessaremos,
Que apesar de tamanha dor,
Pudemos ser tão pequenos.

Mas como se quer seguir viagem
É melhor não bancar o corajoso

          "Sim, senhora,
            Daqui em diante
            Seremos bem menos moços!"

E lá vamos nós agora, muito a contragosto,
Aceitando o que se apresenta como a única saída
               "Evitar a vida,
                A fim de escapar da morte"