Infeliz o homem
Cujo coração já não difere
O justo do injusto,
E por isso queda
Perante os abusos
Se meus olhos foram vendados,
Ainda assim
Percorro o mundo,
Inseguro como um cego
Tateando no escuro
À procura do caminho
Embora a balança seja quebrada,
Ainda assim a justiça
Deve ser medida
Eu a ponho em minhas mãos
E a meço,
Assumindo o risco
De estar errado,
Mas não me omito
E se quebram minha espada,
Eu não me lamento,
Recolho os cacos e resisto,
Jamais eu me entrego
Jamais eu me rendo
E ainda que meus olhos sejam arrancados,
Eu não me darei por vencido,
E aprenderei a lutar
Erguendo a bengala.