Páginas

sexta-feira, 1 de maio de 2015

A Fera

Quem realmente somos
É alguém que a nós nunca se apresenta
Francamente

Vai permeando as vistas
De uma viscosidade sangrenta

A cada passo que a muito custo damos,
Recua
E se disfarça

Mas volta e nos apunhala
Covardemente

Penetra nas sombras da noite
Como um demônio
E some

Quando voltará a arrancar a nossa carne
Até a alma
Ninguém sabe

Quem realmente somos
É este anjo que nos sangra a face
E esta fera que nos lambe
O sangue
Piedosamente