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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Elza

Meus amigos disseram que Elza morreu!
Que me importa se me trazem notícias ruins?...
Malditos sejam os amigos
Que me tratam assim!

Elza, querida, mas por que tão cedo?
Ficasse um pouco mais,
Tomasse outra taça,
Contasse mais uma,
E pode ser que a gente até fingisse te achar engraçada...
       (Sabe, Elza, se a gente  soubesse que seria logo esta a tua última piada...)

Mas ir sem dizer nada
Que graça isso tem?
Diz, Elza, meu amor, meu bem,
Por que partir agora?

Será que demora
Eu partir também?

Mas não me responda,
Vai! Vai embora!
Os anjos te esperam
Na porta do céu!
Vai, minha amiga,
De que serve um adeus?

A morte não passa de um encanto.
Eu pensarei que estás apenas dormindo,
Exatamente como nos contos de fada.

Eu te prometo, Elzinha,
Que tu não verás nenhuma lágrima.

Ah,  meu Deus, meu Deus!
Lá vêm trazendo seu corpo sem vida!
E apesar de tão fria, a pele tão pálida,
Vejam, camaradas,
Como está bonita
A minha Elza querida!

(T.F.)